Friday, 25 June 2010

Inevitable

There is no such thing as destiny (?). No such thing as what we are meant to do. There is definitely not an activity or profession that fits us. Seriously, just look up, from where we actually came from: do you really think they had any plan for what we would turn out to be?

Because we really are all made of stars

You can try to deny it - and tell yourself that astronomers are not that smart and that, ultimately, they are wrong (or just not completely right) about a lot of things in our Universe - but there's no escaping from the fact that we are all made of star's trash :P




Palavras

Há quanto tempo não escrevia ele uma palavra a sério? Meses? Anos? Há muito, pensou João, quando finalmente pegou numa caneta esquecida e voltou a tocar no papel. Há mesmo muito tempo que não escrevia. Há tanto tempo que parecia que nunca o tinha feito. João tocou no papel e tentou escrever, mas não saiu nada. Pensou, por isso, que a escrita talvez fosse como um motor - saudável quando exercitada e cuidada; mas que, quando deixada ao abandono durante demasiado tempo teima em pegar. E as palavras custavam a sair naquela tarde de Verão. Mas, ainda assim, João sentia (ou pelo menos tinha a esperança de) que, ainda que adormecidas, poeirentas e enguiçadas, as palavras não estivessem, de todo, mortas. Como se nunca tivessem partido dos seus dedos, dos seus braços, da sua mente. Afinal, as palavras eram tudo o que ele sempre fora, tudo aquilo que o definia, a si e ao seu mundo. Sem as palavras, sem a escrita, sem as ideias na sua mente, e sem as personagens que outrora criara, o mundo não teria mais sentido. E, por isso, mesmo sem escrever há anos, mesmo sem se lembrar de como era sentir as suas mãos sobre o papel e a tinta a beijar o branco de infinito de possibilidades do papel, João sabia que, enquanto estivesse vivo, as palavras nunca partiriam definitivamente.